Se abraçaram como se fosse a última vez. Se entreolharam, sorriram. Algumas lágrimas escorreram pelo rosto. Já era noite e não poderiam mais ficar ali por muito tempo. Ainda deu tempo de olhar o céu e observar o passeio de uma estrela pela imensidão de veludo negro. Deram as mãos, porque realmente não sabiam o que fazer com elas. A sensação de tempo e espaço já não falava mais alto que os outro sentimentos. Naquele dia parecia tudo parado. Nenhuma brisa sequer. Pararam para prestar atenção no barulho do mar que quebrava suas ondas em areias distantes dali. Deram um passo, sem saber ao certo em que direção. Palavras trôpegas em função dos goles de vinho. Sim, era saudades o que sentiam. Mesmo estando juntos. Saudades, pensaram e repetiram baixinho. Quase uníssono. O tempo parou quando os olhos se entrecortaram. E sentiram vontade de estarem juntos, mesmo estando. Sentiram, mesmo sem perceber, vontade de se conhecerem. De novo, como se fosse ontem, como se fosse a primeira vez. Mas nunca a última. E não seria. Mesmo que o coração apertasse tanto que até fazia parecer que era. Um vento agitou as folhas das árvores ao redor. Soprou nas costas, nos cabelos. Espalhou e misturou os sentimentos deles em um só. Sabiam que o tempo esgotara. Era preciso partir. Despediram-se do espelho d'água já agitado. Despediram-se da grama. Despediram-se das saudades e depois as guardaram no peito, pra mais tarde rever. Despediram-se com olhares. E seguiram seus caminhos, nos mais completo e perfeito silêncio.
Além deles, só a Lua pode contar. Mas ela é cúmplice.
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