segunda-feira, 20 de agosto de 2007

[.D.e.s.t.i.n.o.]


Vem que não tem hora,
Que a chuva la fora chove só pra quem chora.
Vem, mas vem sem demora,
Esquece o frio, o cobertor, e vem.
Corre, que te esquento nos braços,
Te arrebato os anseios e te lavo em beijos.
Anda, que às vezes o tempo voa,
E quem se perde no caminho,
Acha que perdeu um pouquinho à toa,
E só vê que já é tarde, quando a noite vem e invade.
Vem, voando entre as flores,
Traga os perfumes da tarde,
Carregue os amores e rios,
Escreve a tua história na borra de café,
Enquanto eu vejo o teu futuro nas linhas das minhas mãos.
Voa, voa, sereno,
Enquanto está fresco o veneno
Que tenho pra lhe enfeitiçar.
Não, não é de sangue que se faz a paz.
É da chuva, do sol, de bem mais.
Corre, que o vento que traz consigo,
É o teu maior amigo, quando o tempo silencia
E quando os campos de trigo anunciarem,
Eu saberei que estás por perto,
E aí, como num tiro certo,
Abrirei os braços para te cercarem.