mareja os olhos o cair da tarde.
sereno e calmo, os pensamentos vão passear por sobre a areia. ele, sem contar o tempo; sentado na beira, onde quase chegam as ondas, desenha os pés na areia e arrasta a ponta de um dedo, esboçando um soletrar de idéias. por vezes a perder o foco, olhava o horizonte que só era percebido onde a lua já começava a se refletir no mar.
havia perdido algo que não tinha guardado nos bolsos. algo que pesava por sobre a leveza de estar assim, meio torto. um pouco desajeito. desprendido, pensava ele.
até então, só o cair da tarde e a noite a se deitar...
foi quando uma onda mais forte veio molhar seus pés, e refletir também os seus sentidos. tirou algum pedaço de papel do bolso, admirou-o até lançá-lo ao mar. sacudiu, então, as pernas e a areia do tempo, corpo ao vento; aprontou-se em partida.
via-se agora a lua dominar todo o céu, com seu manto notívago de estrelas, refletindo nele a anunciação do que haveria de aportar no cais.
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