quarta-feira, 22 de outubro de 2008

deixa...

"e o que era
era a seta no alvo
mas o alvo na certa
não te espera..."
às vezes, a vontade maior é de falar. sair pelas ruas, gritando alto. rasgando os panos, os cartazes.
mas hoje é dia de silêncio. pensar nos olhares, em tudo que seria pra dizer e não foi dito. só sentido; lágrimas de diamantes e abraços de chocolate e bala. coisas que lembram o que se queria fazer...
vontade de você.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

_S.i.n.o.S_


Meus olhos saltam. Meu corpo se move inquieto: tem sede.
Escrevo aqui, reinvento, dentro-fora.

Minhas mãos trêmulas, percebidas e alinhadas, rabiscam versos;
noutro canto, canto uma canção - daquelas que lembram nossos tempos e revelam
todo explendor desse espírito que nos move.

Um papel é pouco para tantas palavras.

Uma dose é pouca para tantas idéias.

E só escrevo agora porque venta forte lá fora e está difícil
alçar um vôo mais alto nessa madrugada. Me lanço daqui de dentro e mergulho no
interior de todos nós. De todos que não se calam e não se acomodam no sofá
quando a tarde cai.

E não sei como se chama tudo isso que sinto e levo comigo, mas
digo:


ai de mim! se não fossem esses sinos que gemem aqui dentro e
não deixam
minhalma dormir...



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Me abraça...



_Para o que se diz de primavera: flores. E como tu, vieste, em cores e tons a me encontrar. Mais ou menos assim, ao meu jeito.
_Perdi a fala. Encontrei teus olhos. E teu sorriso, que desarmado disparou a me tomar, de certo a me envolver. Desatinado em sorte, busquei me segurar, e quase a tropeçar pelas calçadas, tamanho torpor.
_Te encontrei assim. Visto pelos meus olhos, a doçura a escorrer pelo corpo, o brilho a refletir-se e embebedar-me muito antes de tocar teus lábios.
_E você me levou, noite a dentro, a quebrar qualquer vidraça que se opusesse a embaçar o que encontrávamos um no outro. Puro e claro, foi como permiti dizer do nosso encontrar, pela cidade apavorada e desprendida, por onde andávamos. E não víamos mais ninguém.
_A noite passeou suave, como as mãos entre os cabelos, entregando-se ao sol; calor que de lá raiava, espelhado em nossos corpos, despidos e amantes.
_E da noite - essa de primavera - digo: mais parecia aquela de verão, do primeiro olhar.